TRAJETÓRIA DE AYRTON SENNA NO AUTOMOBILISMO
 

Campeão Paulista  em 1974. A estréia de Senna no kart aconteceu com 9 anos, numa corrida amistosa nas ruas de Campinas.  A pole position que foi definida por sorteio coube a ele. Sorte de principiante!
A primeira prova oficial, contudo, foi em Julho de 73, quando ele tinha 13 anos.

Em 1975, Senna foi Vice campeão brasileiro categoria junior, Campeão do Torneio Nacional Itacolomy categoria Júnior e Campeão Paulista na categoria 100cc. O Primeiro kart do menino Ayrton Senna foi feito por seu pai, Milton da Silva, que levou seis meses para montá-lo.

Em 1976, Senna foi Terceiro colocado no Campeonato Brasileiro na categoria 100cc, Campeão das Três Horas de Kart, na categoria 100cc, Campeão Paulista e Vice Campeão paulista na categoria 100cc. Desde cedo Ayrton já era perfeccionista. Sempre que voltava dos treinos nos finais de tarde, ele fazia questão de desmontar o kart inteiro, limpando e revisando peça por peça.
Não importava quanto tempo isso pudesse levar, podia trabalhar na garagem de sua casa até altas horas da noite. Só descansava quando o trabalho estivesse concluído.

Em 1977, Senna foi Campeão sul-americano, Vice-campeão paulista, Vice-campeão brasileiro e Campeão das Três Horas de Kart. O espanhol Lúcio Pascoal Gascon, conhecido como Tchê, foi o primeiro preparador de kart de Ayrton Senna e permaneceu seu amigo pelo resto da vida.

Em 1978, Senna foi Campeão Brasileiro, Vice-campeão Paulista, Campeão das Três Horas de Kart, Quarto colocado no GP do Japão e Sexto colocado no Campeonato Mundial. Ayrton Senna já se destacava nas corridas de kart, mas no início não conseguia desempenho debaixo de chuva.
Essa dificuldade o incomodou tremendamente ao ponto de que, toda vez que chovia, pegava seu kart e saía para treinar; em Interlagos quando tinha mais tempo ou até mesmo nas ruas de seu bairro.

Em 1979, SZenna foi Campeão sul-americano, Campeão das Três Horas de Kart, Vice-campeão brasileiro e Vice-campeão paulista. A forma de Ayrton pilotar, já no início de sua carreira, arrancou de Angelo Parilla, um dos melhores fabricantes internacionais de kart, o seguinte comentário:
" Eu nunca havia visto um piloto como este".

Em 1980, Senna foi Campeão Brasileiro e Vice-campeão Mundial. O único título que Ayrton queria e não conquistou em sua carreira de kart: Campeão Mundial de Kart. Em 1980, Ayrton Senna recebeu um convite tentador para correr na Van Diemen, sem a obrigação de levar patrocinadores, como é exigido para a maioria dos pilotos. Mas, pressionado pelos pais, que eram contra a idéia, recusou e disputou mais uma temporada de kart.

Estreou na Fórmula Ford 1600 em Brands Hatch, dia 01/03/1981, com um quinto lugar. No domingo seguinte foi terceiro em Thruxton e quinze dias depois venceu em Brands Hatch. A coroa de louros desta primeira vitória virou relíquia. Um troféu raro, guardado até hoje, por Ralf Firman, primeiro patrão de Senna, na sede da Van Dimenn, em Snetterton, Inglaterra.
Depois de campeão na F Ford 1 600, Senna seguiu, em 1982, o caminho natural para a F 2 000. Entrou como um ciclone. Venceu e fez a pole position e voltas mais rápidas nas seis primeiras corridas. Estava quase como queria, mas tinha algo incomodando a sua aura de perfeccionista. Precisava preparar-se para perder.Era isso. Uma explicável providência para quem não conhecia derrota desde julho do ano anterior.
Na sétima corrida, em Mallory Park, ganhou mas, pela primeira vez na F 2 000, não largou na pole position. Na corrida seguinte, em Oulton Park, o motor quebrou e, finalmente, (!) ele perdeu uma corrida. Não aconteceu nada de extraordinário. Ayrton Senna, como tudo em que fez na vida, estava preparado também para aquele momento de derrota. Terminou o ano com os dois títulos da F 2000, inglês e europeu, com os recordes de 21 vitórias, 15 poles position e 21 voltas mais rápidas.

1983 - Na  Fórmula 3, o último degrau no rumo da F1, Senna repetiu o estilo fulminante da F Ford e F 2 000. Como quem quer arrasar o inimigo, venceu, fez pole position e voltas mais rápidas nas nove primeiras corridas do calendário, garantindo mais um título inglês. Tornou-se assim o único tríplice coroado das fórmulas britânicas. Era normal, portanto, que chovesse convites para testar carros da Fórmula 1. Toleman, Lotus, McLaren e Williams, fizeram as primeiras ofertas. Curiosamente, na exata seqüência que Senna cumpriu o seu destino na Fórmula 1.

"Fórmula 1 em 1984, "A Toleman nunca será a mesma sem Senna" - escreveram seus mecânicos no cockpit do carro no GP de Portugal, na corrida de despedida da equipe.

Em 1985, Senna troca de equipe e vai para a Lotus, terminou a primeira temporada com duas vitórias, sete poles position, seis pódios e 38 pontos, num honroso quarto lugar. Ele tinha descoberto o caminho da vitória na Fórmula 1.

Ayrton fechou o campeonato de 1986 em quarto lugar, com 55 pontos, atrás do campeão Alain Prost, Nigel Mansell e Nelson Piquet. Despedia-se dos Renault V6-turbo para assumir um Lotus amarelo com motor Honda.

Senna chegou onde era possível em 1987: foi terceiro do mundo, com 57 pontos, atrás de Piquet (73) e Mansell (61). Em 1988, seria vida nova, ia começar o ciclo McLaren.

Em 1988 Ayrton chegou voando em Alain Prost no GP do Japão para consumar a ultrapassagem histórica. Uma vitória imortal do novo campeão mundial, digna de uma tela.

1989 foi um ano ingrato, Ayrton venceu o GP do Japão mas foi desclassificado pelos comissários. Uma sentença que resultou na perda do bicampeonato e na guerra contra os cartolas.

Em 1990 Senna e Prost chocaram-se na disputa da primeira curva e se perderam na terra. Quando a poeira baixou, Ayrton Senna era o novo bicampeão do mundo.

1991 foi o ano de um título indiscutível. Ayrton Senna, tricampeão, fechou a temporada de 1991 com sete vitórias, doze pódios e 96 pontos.

1993 "Mas quando Deus quer ninguém muda o destino", diria Senna, depois de vencer o Grande Prêmio do Brasil que marcou a 100ª vitória da McLaren na Fórmula 1.

 1994, um ano que parecia ter tudo para dar certo. Ayrton Senna sempre foi muito ambicioso. No livro "Ayrton, o Herói Revelado", o jornalista Ernesto Rodrigues conta que antes das corridas o piloto costumava dizer aos dirigentes da McLaren : "No money, no race". Sem premiação, ele não correria. Não tinha como negar uma proposta de Ayrton Senna. O mundo inteiro esperava o domingo há dez anos para assisti-lo desfilar pelas pistas do planeta.

Foi mais ou menos com esta mesma idéia na cabeça ("No money, no race"), que, em 1994, Senna se transferiu para as insuperáveis Williams. Ele faturou US$ 20 milhões pela transferência de equipes. O problema foi que a Federação Internacional de Automobilismo havia mudado o regulamento justamente em 1994. Os elementos eletrônicos que tanto fizeram a diferença nos anos anteriores foram banidos para esta temporada. Ou seja, nada de suspensão ativa, controles de tração ou aceleradores eletrônicos estavam fora da disputa. Mais uma vez, o campeonato teria que ser resolvido no "braço", na arte de pilotor a 300 Km/h.

A adversário do ano para Ayrton Senna era o alemão Michael Schumacher. O piloto da Benetton estava no terceiro ano como profissional e já era uma realidade na Fórmula 1. Senna, à essa altura, já era um herói nacional há anos, um mito das pistas, o homem a ser batido com a Williams.

Nos treinos, o brasileiro voava. Em Interlagos, primeira corrida de 1994, Senna fez a pole, mas abandonou a prova após uma rodada na busca desesperada por Schumacher. O alemão liderava com nove segundos de diferença, após uma parada demorada nos boxes de Senna.

Nova pole no Grande Prêmio do Pacífico, em Aida. A largada foi péssima para o brasileiro. Além de ter perdido a posição para o alemão, ainda teve sua Williams atingida duas vezes antes mesmo da primeira curva. Outro abandono.

Dia 29 de abril de 1994, Ayrton Senna conversou com alguns jornalistas brasileiros em San Marino, na Itália. Explicou sobre o novo carro, as expectativas para o restante do campeonato e "profetizou":

"O campeonato começa dia 1º, em Ímola".